domingo, 28 de março de 2010

Galápagos

Chegada em Galápagos.
Nos aproximamos da ilha pela manhã a entrada do porto é relativamente tranqüila, muito bem sinalizada, apesar de haver ondas quebrando dos dois lados do ancoradouro. É impressionante onde tem corais e pedras rasas as ondas quebram perfeitas, ficamos todos loucos para ir surfar. Quando entramos no ancoradouro percebemos que estava bem cheio, com bastante veleiros, trolers, pequenas lanchas de passeio e uns 03 navios pequenos que fazem o transporte de carga de abastecimento da ilha. Jogamos a ancora próximo a uma das pontas de delimitação do porto, chamada, Punta Carola, neste local a cerca de meia milha as ondas abriam de direitas perfeitamente e muito grandes.
Logo depois que chegamos, um taxi marítimo atracou ao nosso lado com um “agente” que auxilia na burocracia de imigração e capitania dos portos. Tivemos que ir todos até a imigração para dar entrada na papelada. Terminado tal função fomos almoçar, comemos de entrada uma sopa de carne e ceviche com arroz de prato principal. Aqui é costume tomar sopa antes do almoço, apesar do calor intenso. Assim que terminou o almoço fizemos uma reunião para ver o que faríamos. Eu, Jeff e Caetano pedimos para ter a tarde de folga para surfar. Como eu e Caetano não trouxemos prancha, fomos atrás de alugar uma. Conseguimos por U$ 10,00 pela tarde toda. Praticamente corremos até o píer, pegamos um taxi para o barco e nos preparamos rapidamente para ir surfar. As ondas estavam tão próximas, que saiamos do barco remando. Ficamos a tarde toda pegando onda. Para o meu nível de surf as ondas estavam um pouco grandes, mas mesmo assim consegui pegar as duas melhores ondas da minha vida. Como é fundo de pedra e as ondas são oceânicas e vem de longe, quando entra a série, vem forte, se estiver mal posicionado, é mais fácil remar para o lado do que tentar furar a onda. Aconteceu comigo umas duas vezes, tentei pegar as primeiras ondas da serie, não consegui e acabei ficando na rebentação, tomando onde na cabeça. Mas valeu muito a pena. Umas 1800 voltamos ao barco, comi rapidamente uma posta de cavala que Lito tinha fritado e corri para a cidade, pois tínhamos que devolver as pranchas até as 1850, caso contrario teríamos que pagar outra diária, e não poderíamos utilizar as pranchas, pois no próximo dia estava marcado um passeio com toda a tripulação para conhecermos a Ilha San Cristóbal. Devolvi as pranchas e fui atrás de algum lugar que tinha net sem fio para poder usar o meu computador, rodei quase que a vila toda e não encontrei, acabei sentado e tomando uma breja num barzinho, um tempo depois apareceram o resto da tripulação e fomos caminha pela orla. Tomamos um sorvete e voltamos para o barco, pois no dia seguinte tínhamos que acordar cedo para o passeio. Acordamos umas 0640, tomamos café,pegamos o taxi até o píer. Aqui podemos usar o bote, mas não podemos deixar-lo no píer, por isso optamos em nem usar o bote, já que o taxi custa U$ 0,50 durante o dia e U$ 1,00 a noite. Assim que chegamos em terra, pegamos o taxi terrestre, era uma caminhonete, parte da tripulação foi na cabine e o resto na caçamba. O primeiro local a visitarmos, foi um vulcão chamado EL Junco, está desativado a muito tempo e tem um lago na cratera, o local é muito bonito, o mais interessante é o clima, pois devido a altitude as nuvens se acumulam próximo ao vulcão, gerando um clima muito fresco e úmido. Para chegarmos ao topo, tem uma trilha curta,de uns 2 km. Depois fomos para a galaperia, local onde podemos ver as tartarugas Galápagos, aquela gigantes, são muito interessantes, neste local podemos ver elas desde 5 anos de idade até aproximadamente 90 anos, tem algumas que chegam a 180 anos de idade, é impressionante. Finalizada está visita,fomos almoçar, mas no meio do caminho paramos para comer uma melancia. Voltamos a cidade para almoçar, sopa de frango de entrada e frango cozido com arroz. Terminado o almoço fomos a Loberia, uma praia maravilhosa, onde há muitas iguanas, tartarugas, lobos marinhos, pássaros e peixes. O local é maravilhoso. Depois de caminharmos bastante pela praia e pelas pedras, fomos dar um mergulho em uma piscina natural, onde tinha lobos marinho e tartarugas. Voltamos para a cidade e fizemos uma reunião com toda a tripulação, onde ficou decidido que Aleixo ficaria com Lito no barco e dispensaria todos os outros para fazermos uma viagem de três dias até a Ilha de Santa Cruz. Ficamos muito empolgados com a viagem, seria a primeira vez que dormiríamos fora do barco. Compramos a passagem de lancha, U$ 20,00 e voltamos para o barco. As ondas estavam um pouco menores mas ainda estavam boas. Jeff estava se preparando para ir surfar, eu e Caetano não alugamos prancha pois o horário não estava bom, ficamos olhando por um tempo e decidimos ir pegar onda de peito, jacaré. Colocamos as nadadeiras e óculos de natação, fomos nadando até as ondas, foi muito bacana, deu para pegar vários tubos. Tínhamos conhecido um casal de brasileiros que estão aqui surfando, por coincidência nos encontramos no mar, acabamos revezando as pranchas e consegui pegar uma onda com a de Jeff e duas com a do Silvio Queiróz, nosso novo amigo, só que a dele é um long, mas foi muito bacana. Voltamos para o barco, tomamos banho e fomos para a cidade. Havíamos combinado de nos encontrarmos com o casal na pousada deles, para comermos uma pizza e aproveitarmos a internet sem fio, ficamos por lá até umas 2300, voltamos par o barco, terminei de arrumar minha mala, pois no dia seguinte o taxi passaria as 0620 para no levarmos par ao píer pois a lancha sai as 0700. A lancha é um pouco desconfortável, acabei colocando os coletes no chão e dormi em cima deles. A travessia durou cerca de 2 horas e meia, assim que chegamos a Ilha de Santa Cruz, o grupo se separou e fomos procurar um hotel, acabei encontrando um muito bacana que custava U$ 20,00 mas como só tinham disponível um quarto e somente para uma diária, acabei conseguindo ficar por U$ 10,00, ficamos eu e Caetano. Guardamos nossas coisas tomamos uma chuveirada e saímos para caminhar. Conhecemos um pouco da cidade e depois fomos a praia chamada Tortuga Bay, maravilhosa, tem um lado com ondas e outro que é uma baia com a água super calma e muito limpa. Aproveitamos para nadar um pouco e depois descansar na sombra. Foi quando descobrimos que neste paraíso, temos algumas dificuldades. Tinha uma tal de uma mutuca que fica atazanando mesmo dentro da água, era impressionante elas vinha em grupos de 2 a 3 e não dava sossego, acabamos indo embora mais cedo por conta delas. Depois viemos a descobrir que elas só atacam quando estamos molhados. O caminho para chegar nesta praia é maravilhoso, é um caminho de pedra no meio da mata local, leva em torno de 40 min de caminhada, mas vale muito a pena. Na volta, passamos um uma padaria comemos uns pães e fomos para a pousada tomar banho e descansar um pouco. Lá pelas 2000 saímos para dar um volta pela cidade, após caminharmos muito paramos em um bar chamado, Café Limon, bem bacana. Lá encontramos um Neozelandês que estava  surfando no dia anterior junto conosco, ficamos trocando idéia, jogamos bilhar e lá pelas 0000 a balada acabou e fui dormir.
No dia seguinte, tomamos café na pousada, arrumamos nossa mala, pois tínhamos que desocupar o quarto e fomos atrás de outra pousada, como não estávamos muito afim de procurar,acabamos ficando em uma em frente onde estávamos, também pagamos U$ 10,00, mas essa era de qualidade bem inferior do que a outra. Guardamos nossas coisas e fomos para a “Las Grietas”, acho que foi dos locais mais bacanas que fui durante viagem. É uma fenda bem grande na pedra e no fundo tem água salobra, a água do mar se filtra pelas pedras e se mistura com água doce da chuva, muito limpa a água e tem uns peixes tipo budião, o mesmo que pesquei em Taboga, mas aqui é parque, não podemos caçar, mas que o dedo coçou, não posso negar. Ficamos algumas horas neste lugar, escalando e pulando. Para chegar a este lugar tivemos que pegar um taxi para a Playa de los Alemanos e fazer uma caminhada de uns 30 min, por um caminho de pedra. Voltamos para a cidade e almoçamos costelinha de porco cozida, por U$ 2,50. A tarde decidimos fazer um tour de lanchinha pela baia. Programa meio turistão total, mas valeu a pena mergulhamos em dois lugares muito bacana e passamos em outros pontos, onde vimos os biqueiros pás patas azuis, um pássaro endêmicos de Galápagos. Além de conhecermos uma galera diferente. Acabado o passeio, voltamos par a cidade, mais uma vez fomos para a padaria comer. No caminho da pousada acabamos parando um bar muito bacana e ficamos conversando com uma galera, na seqüência fomos para uma baladinha chamada El bongo, foi muito divertido essa noite. Voltamos para a pousada umas 0100 e dormimos. No dia seguinte, tínhamos que pegar a lancha as 1400 então só tínhamos a manhã para curtir, decidimos ir para a Tortuga bay novamente. Chegando lá encontramos novamente o neozelandês. Ficamos conversando um pouco e quando aproximou de 1200 começamos a voltar para a pousada, para tomar banho comer algo e pegar a lancha para Isla San Cristóbal.
Chegamo na ilha aproximadamente as 1630, fomos ate o barco deixamos a mala e fomos dar uma volta na cidade para aproveitar o final da folga, passamos na net e depois caminhamos pela orla.
Sábado acordamos cedo para ir ao mercado de frutas para abastecer o barco, na volta do mercado completamos os tanques com 800 litros de água e 800 de diesel. A tarde limpamos o fundo do barco que estava com um limo pesado e no final do dia fomos jogar bola. A noite fomo no Iguana Rock, estava bem divertido, conhecemos uma galera que esta fazendo estagio de biologia marinha na universidade de Galápagos, voltamos para o barco umas 0400.
Hoje acordamos e a única função que tinha para fazer era ajustar as talas da vela grande e mezena, após a função terminada aproveitei para escrever no diário até a hora do almoço, depois do almoço viemos a um café que tem net e estamos o sol baixar um pouco para irmos jogar bola na praia. Convidamos varias pessoas de diferentes nacionalidades para jogar, vamos ver se alguém aparece para completar o time. Na terça partiremos para Ilhas Marquesas, acho que está será a ultima atualização no blog até chegar lá que deve ser daqui uns 25 dias. Até então turma.

terça-feira, 23 de março de 2010

Terça-feira

Acordamos por volta das 0430 e começamos a preparar a saída para a Cidade do Panamá. Levantamos ancora e como o fundo era de lama, tivemos que lavar a corrente para não encher o paiol da corrente e o deck com barro. Levamos mais ou menos 0130 até a “plaita Del amador” local onde iríamos ancorar, próximo a duas marinas, uma a “flamenco” que só tem lancha e a outra com o nome da praia que ainda está em construção, só tem um cais pequeno para atracação do bote e abastecimento de água e disel. Assim que ancoramos sai com Aleixo e Jeff para irmos até a marina fazer um reconhecimento da área, checar o local de desembarque, pagar a taxa de desembarque, ir ate o fedex pegar a peça do alternador, comprar uns fusíveis que descobrimos que não tínhamos de reserva, almoçar, comprar cartas náuticas da Nova Zelândia e compra frutas, verduras e pães. O dia acabou sendo uma epopéia, pois a peça na fedex não podia ser retirada, eles tinham que entregar na marina, pois entrou no país sem pagar imposto e nos foi informado que a peca seria entregue entre 1400 e 1500. Fomos então atrás dos fusíveis, passamos por umas 4 lojas, cada uma num canto da cidade para conseguir comprar todos. Esquema ”barnabé logística”. Paramos para engolir o almoço, literalmente, pois Aleixo comeu muito rápido e ficou nos apresando. Fomos até a Isla Del Amador que é a loja de cartas náuticas e publicações, Aleixo comprou duas cartas da NZ, um livro sobre pirataria no mundo, um sobre cruzeirar no pacifico, a tabela de maré do pacifico e bandeira do Equador para Galápagos e da França para a Polinésia. Precisamos da tabela de maré para entrar em algumas ilhas que tem formação de atol e o procedimento de entrada tem que ser feito na maré parada, caso contrario a correnteza e muito forte, dificultando a manobrabilidade do barco. Na seqüência voltamos para a marina para aguardar o entregador da fedex, que só chegou as 1505. Conferimos a peça e fomos ao mercado fazer compras. Chegamos no barco no final do dia, aproveitei para passar entre os barcos ancorados, acabei encontrando Daniel um sueco que morava na Noruega que esta dando a volta ao mundo solitário, não lembro se especifiquei ele anteriormente, mas quando estávamos em Colón demos uma carona para ele. Fiquei tomando uma cerveja com ele e trocando idéia até o sol se por, dei mais uma volta de bote no meio dos barcos e voltei ao Fraternidade para tomar banho comer e dormir. Na quarta ficamos eu, Caetano e Lito para lavar a roupa e ficar no leva e trás do píer até o barco. Aproveitamos para ir correr assim que o pessoal saiu, pois sabíamos que iam demorar um pouco para voltar. Retornamos ao barco pegamos as roupas de cama, as pessoais cada um lava a sua, e fomos para um tipo de galeria que tens uns restaurantes, lojas de souvenir, lavanderia e uma loja de conveniência que disponibiliza internet. Lito nos deixou e voltou para fazer o almoço eu e Caetano ficamos nos revezando para cuidar da roupa e aproveitar para ficar na net. Seria maravilhoso se o sinal da net chegasse à lavandeira, mas infelizmente isso não acontecia. Terminamos a roupa uns 15 minutos atrasado do horário combinado para levarmos as pessoas até o barco. Voltamos para o barco, almoçamos e como tínhamos a tarde livre saímos para passear, tomamos uma cerveja na conveniência e resolvemos ir para a Cinta Costeira, orla principal da cidade. Estávamos no ponto de ônibus e já tínhamos perdido o primeiro devido a indecisão do que iríamos fazer, foi quando passou um casal de colombianos que por acaso levantei a mão na hora e eles pararam para nos dar carona. O casal é muito simpático, eles são proprietários de um salão de beleza em um hotel, inclusive eles passaram pelo salão deles para pegar um guia do Panamá para nós, depois nos deixaram em um shopping. Entramos por uma porta e saímos na sequencia pela outra e caminhamos até a orla, lá ficamos de bobeira um tempo e depois caminhamos mais um pouco, tomamos sorvete e assim que escureceu fomos para um local chamado Zona Viva, que nos disseram que tem muitos bares e discotecas, porem quando chegamos lá descobrimos que só abre a partir de quinta!!!! Como era perto do barco e tínhamos como limite para o bote nos buscar 2130, voltamos para a galeria e ficamos tomando umas brejas por lá, quando deu o horário, começamos a caminhar em direção ao píer. Foi quando decidimos que iríamos sair, nem que tivéssemos que voltar só no dia seguinte, pois o bote não nos buscaria após o horário limite. Pegamos um taxi para a tal da Calle Uruguai, detalhe aqui é pior local para negociar com taxista, pois apesar de ter uma tabela feita pelo sindicato, eles sempre cobram a mais e dizem que não tem ou não conhece a tabela. Resultado sempre rola discussão antes de entrar no taxi. Chegamos a tal rua e começamos a ver onde entraríamos. Fomos tentando entrar em todos os lugares, mas não nos deixaram pois estávamos de bermuda, resultado taxi e discussão para voltarmos para o barco, detalhe que ainda tínhamos que dar um jeito de chegar no barco. Por sorte uns 40 minutos depois que chegamos um casal de canadenses chegou, pedi carona e eles prontamente nos salvaram. Chegamos no barco umas 2230.

Quinta

Fiquei no barco o dia todo. Eu, Caetano e Lito lavamos o costado, para variar, durante a lavagem um ficou empurrando o outro na água!! Levei o resto do pessoal para o píer fiz peixe grelhado com batata para o almoço e fomos à internet. O pessoal retornou umas 1730, voltamos todos para o barco, com uma ótima noticia. Um dos procedimentos da burocracia da Polinésia Francesa é fazer um depósito do valor de uma passagem para a sua terra natal ou apresentar uma passagem, detalhe o valor é em torno de U$ 2500 a 3000. O detalhe é que eles devolvem o dinheiro somente em algumas ilhas e na moeda que o banco local tiver. Na ultima vez que Aleixo esteve por lá devolveram o dinheiro com uma semana de atraso e em 3 ou 4 moedas diferentes, acaba sempre perdendo um pouco no cambio. Então descobrimos que uma revista americana organizou um encontro de veleiros no Thaiti em junho e para quem tivesse escrito no evento poderia realizar um procedimento através de um agente na Polinésia que o barco pagaria U$ 100,00 e receberia uma carta do agente isentando do tal depósito. A ótima noticia é que conseguimos nos escrever!!!

Assim que chegamos no barco, eu, Caetano, Jeff, Lito e Ana voltamos em terra para sair para correr, foi muito bacana, apesar de perceber que as pernas estão moles!! Voltamos ao barco cada um fez um sanduíche, jogamos xadrez e fomos dormir.

Sexta

Hoje iniciamos a organização para zarparmos para Galápagos. Parte da tripulação foi efetuar o depósito e o envio dos documentos para o tal agente. Novamente fiquei pelo barco, fui até a marina dei uma volta na tal galeria e a tarde fui correr novamente e esperar o pessoal voltar das compras. Assim que chegaram fomos para o barco organizamos as compras e sentamos para conversar com Aleixo para ele liberar o bote para que nós pudéssemos ir para a balada todos juntos, ele consentiu e todos começaram a se arrumar, saímos umas 2230. Como a Zona Viva era próxima resolvemos ir caminhando, pois não valia a pena pagar taxi e o ônibus não sabíamos quanto iria demorar, só não contávamos com o vento acabar e fazer um calor danado, tivemos que tirar a camiseta e ainda assim chegamos ensopado na balada. O local é muito bacana. É uma antiga vila americana da época da construção do canal, hoje virou de um lado um centro de convenções e do outro uma rua de mais ou menos um quarteirão e meio com varias discotecas e bares de um lado e de outro. Chegamos e andamos a rua toda, acabamos parando num quiosque onde tinha cerveja barata. Tomamos umas e começamos a conhecer as baladas, a maioria das baladas não paga para entrar, nessas entramos em todas. As musicas são bem variadas, mas não da pra beber dentro das balada é muito cara. Em Colón na conveniência a cerveja era 60 centavos de dólar, na conveniência da galeria era 1,00 U$ no quiosque 1,75 e dentro da balada de 3,00 a 4,00, nada fora do normal, mas como podia entrar e sair quando quisermos, ficamos entrando e saindo dos lugares e parando para tomar uma no meio do caminho. Voltamos para o barco umas 0430.

Sábado

Hoje era o meu dia de fazer café, levantei umas 0800 e preparei mingau e coloquei a mesa do café. Todos acordaram com aquela cara, mas não tínhamos do que reclamar, pois sabíamos que teríamos que acordar cedo para afazer as funções. Eu, Lito, Aleixo e Jeff fomos para a Ceasa local abastecer de frutas e verduras, tarefa penosa, pois estava um calor lascado e tínhamos que carregar saco de laranja, limão, cebola entre outras em menor quantidade. O que nos salvou foi um caldo de cana geladíssimo!! Após colocarmos tudo no taxi fomos almoçar e levar tudo para o barco. Chegamos no barco e começou a seleção e lavagem das frutas, pois parte vai para a cozinha e parte fica no porão de proa. Inclusive usamos a expressão: - Vamos a feira!! Quando vamos no porão de proa reabastecer a cozinha de frutas e verduras.

Assim que terminamos, voltei a sair desta vez eu, Aleixo, Jeff e Ana, fomos no shopping usar a internet, sugeri usar a net na galeria que era de graça e não tinha que pegar taxi, mas Aleixo queria que fossemos ao shopping e como ordem de capitão não se discuti, fomos para o shopping. Entrei na net peguei a previsão e aproveitei para mandar uns emails. Voltamos para o barco somente eu e Aleixo pois os outro ficaram no shopping. Coincidentemente encontramos com Paulo no shopping, ele tinha ido na fedex despachar os dvd´s com os programas sobre a viagem para a Globo Bahia que exibe um episodio por domingo. Ele também ficou no shopping. Voltamos par ao barco pois tínhamos que liberar Caetano que estaria de folga após as 1700, levei ele em terra e voltei para o barco para finalizar umas roupas que tinha que lavar e fazer o jantar. O pessoal que estava na rua tinha que voltar no bote das 2000, jantamos as 1800 e como eu estava pregado fui dormir e deixei a incumbência de buscar o pessoal para Lito. Dormi até as 0700.

Domingo

Acordamos, tomamos café e fui lavar a louça. As funções domesticas são divididas da seguinte forma: Um dia cozinha, no dia seguinte lava e temos 5 dias de folga até o próximo dia de cozinhar. Começamos a tirar as defensas do paiol de proa, preparar as amarras para atracação no píer pois vamos abastecer de água e diesel as 1100. Estávamos pronto as 0900 entao fui até a marina de bote para checar a possibilidade de atracarmos mais cedo. Só poderíamos adiantar em 30 minutos pois um barco de passeio que vai para a ilha de Taboga, partia as 1030 e tínhamos que esperar ele sair. Ficamos jogando xadrez enquanto esperávamos. Na hora da atracação fui na frente com o bote para estar no píer quando o Fraternidade chegasse. A manobra foi tranqüila. Abastecemos com 400 galões de diesel e uns 1500 litros de água. Foi o tempo exato, pois saímos do píer as 1155 e as 1200 encostava outro barco de passeio.

Iniciamos o rumo a Galápagos, fiquei amarrando o bote durante a saída do ancoradouro. Aleixo tinha comprado um celular local e como tinha sobrado bastante crédito, começou um revezamento entre a tripulação para ligar para o Brasil, tínhamos 3 minutos cada, imagine a argumentação quando chegava a 0310 minutos rsrsrs. Cada um conseguiu falar uma ou duas vezes ai acabou o crédito. Como o vento estava em torno de 8 knots na popa ficamos no motor as primeiras 18 horas de vez em quando abríamos a genoa e ganhávamos de ,5 a 1 knots.

Tive ainda que lavar a louça do almoço e do jantar.

Segunda-feira

Dia de folga da cozinha, é só comer, colocar o prato no balde e ir fazer o que quiser, rsrsrs!!

Logo cedo o vento entrou e desligamos o motor e subimos todo pano, o barco anda a 6,5 knots com os 12 knots de vento aparente pela alheta, sugeri colocar o geniker. Sugestão não aceita. Vamos aguardar o vento diminuir para colocar. Tomamos café e aproveitei para escrever um pouco.

Continuo com o turno das 0900 ás 1200 e 2100 as 2400 sozinho. A primeira noite foi um pouco cansativo pois não dormi nada durante o dia e tinha desacostumado a ficar no turno depois de vários dias sem navegar. Hoje devo descansar depois do almoço para não sentir sono no final do turno.

Conhecemos um pessoal de um barco americano, muito legal o pessoal e devemos encontrar-los em quase todas as paradas no pacífico, já que, estamos fazendo o mesmo percurso.

Conhecemos também uma família australiana que comprou o barco na Bulgária e está levando para sua terra natal. As crianças devem ter uns 6 a 8 anos e o menino já pilota o bote sozinho. Muito bacana o esquema deles. Foram eles que nos deram a dica sobre o evento no Thaiti.

O vento diminuiu, subimos o geniker, ficamos umas duas horas com o vento de través, depois rondou para popa. Montamos asa de pombo com o geniker e grande, abaixamos a mezena. Como o mastro principal do Fraternidade tem dois estais laterais entre o mastro e a triqueta o pau do balão não chega a 90 graus em relação a proa e não estava funcionando bem a assa de pombo pois não abria o suficiente a vela. Sugerimos ao Aleixo que soltasse o pau do mastro e passasse pela proa do estai mencionado e encaixasse no mastro novamente. Ele ficou meio ressabiado, pois o pau fica em um vão pequeno entre o estai mencionado e o estai lateral, mas aceitou a sugestão. Fizemos a manobra e o barco respondeu muito bem, andando 4,5 a 5 knots com vento real de 12 knots em média. A tarde foi bacana, pois tivemos bastante ação a bordo para executar todas as manobras e ajustar finamente as velas já que o vento vairava bastante. Inclusive em certo momento antes da manobra o piloto automático se perdeu então ficamos um bom tempo com alguém revezando no timão. No final do dia o vento acabou completamente, enrolamos o geniker, baixamos o pau de spy, ajustamos as velas no centro do barco e ligamos o motor, quase que pela noite toda. Nos turnos que havia duas pessoas o piloto auto ficou desligado. Quando chegou meu turno, começou a ventar de6 a 9 knots, desligamos o motor ligamos o piloto automático, Aleixo e o pessoal do turno anterior desceram para a cabine e eu fique trimando as velas enquanto o barco fazia de 3 a 4,5 knots ao som de Chico Buarque. Meu turno foi bastante movimentado pois o vento variava entre 55 a 80 graus de aparente. Quando o vento chegava mais perto do través dava para abrir bem a genoa e ganhávamos rendimento, mas quando vinha mais orçado tinha que enrolar um pouco a genoa para não bater no estai lateral.

terça-feira 16/03

Acordei para o café da manhã, na verdade fui acordado. Todos os dias me acordam para o café. O bom do turno que estou agora é que vou dormir as 0000 0030 e acordo as 0700, o que permite um sono longo durante a noite, que é mais fresco e está escuro. Garantindo disposição para ficar o dia todo acordado.

O motor foi ligado durante a noite, não tenho certeza em que turno. Nesta perna sempre vamos motorar com uma maquina só e a 2400 rpm, que quando o mar ta liso garante 6 knots de velocidade e se entra um mínimo de vento vai para 7 a 7,4 knots. Se mantivermos essa média chegaríamos em 4 dias em Galápagos, mas é muito diesel consumido então sempre que tiver pelo menos 7 knots de vento que garanta 3 knots de velocidade, vamos desligar o motor e velejar.

Hoje completou 2 meses de viagem, para comemorar pegamos um dourado de uns 8 kilos. Pena que o almoço já estava pronto!!! Galinha assada comprada no Panamá com repolho e purê de batata doce e inglesa, estava muito bom, mas o peixe fresco seria melhor. Não desanimamos pois sabemos que hoje a noite tem ou moqueca ou peixe grelhado, vai depender do cozinheiro. O divertimento principal de grande parte da tripulação agora é o xadrez, acho que jogamos em média umas 15 partidas por dia. Por enquanto estou em segundo, só perco para Aleixo, mas não é sempre não. Vou aproveitar que não tem mais muito para escrever e treinar um pouco xadrez com o computador e depois estudar Frances.

O vento variou o dia todo, revezamos entre motor e vela, sempre que velejamos, dificilmente conseguimos rumar Galápagos.

No meu turno a noite estávamos navegando de 3 a 4 knots com 30 a 40 graus fora do rumo, pois o vento estava contra. Como o vento varia muito, sempre estamos regulando as velas, ajustando o rumo e quando para tudo ligamos o motor.

Quarta feira

Hoje logo após o café fui para a minha cabine tentar dormir um pouco, mas não consegui. Voltei para o convés, ainda estávamos motorando, percebi que o vento soprava uns 7 knots, sugeri tentarmos velejar com o geniker, apesar de termos que orçar, acreditava que devido ao corte dele seria possível velejarmos em torno de 60 graus de vento aparente. Içamos a vela e funcionou, começamos a velejar entre 3 e 4 knots de velocidade com o vento aparente a 55 a 60 graus. Porém estávamos fora do rumo uns 30 graus. Mesmo tendo que orçar para chegar no rumo, vale a pena manter o geniker no ângulo mencionado, pois com a genoa, atingimos 45 graus de vento aparente desde que ela esteja 50% enrolada, que não desenvolve boa velocidade no vento fraco. Estávamos felizes com a velocidade e ângulo obtido com a nova regulagem. Pouco antes do almoço o vento começou a aumentar, quando atingiu 14 knots, velejávamos a 5,5 a 6 knots, Abri a triqueta que fica no baby stay, ficou bom, mas aumentou um pouco a velocidade. O vento continuou aumentando, chegou a bater 19 knots e o barco navegava a 7 e tantos knots, chegando a 8 de vez enquando. O barco começou adernar um pouco. Mas estava muito equilibrado, estava bonito de ver. Queria muito ter outro barco próximo para poder tirar uma foto do Fraternidade com 4 velas içadas, foi a primeira vez que estive em um barco com 4 velas içadas. Estávamos eu Lito e Thuca no convés neste momento. Estávamos maravilhados com o desempenho do barco. Foi quando percebi que o vento poderia aumentar devido a uma formação tipo um Pirajá. Então enrolamos a triqueta, abri um pouco a genoa, arribamos e começamos a enrolara geniker, deu um pouco de trabalho para enrolar, já que tínhamos arribado pouco, mas baixamos a vela e tudo estava tranqüilo. Abrimos mais a genoa, o vento rondou e navegávamos a 5,5 knots no rumo, neste momento tínhamos 22 knots e 45 a 50 graus de vento aparente, pena que durou pouco. As 1500 começou a rondar o vento e diminuir, estava dormindo e começou a dar uns sprays no convés, razão para fechar todas as gaiutas, o barco ficou muito quente e acordei. Fui para o cockpit e fiquei trocando idéia com Caetano e Jeff. Tínhamos que alterar o rumo a cada 20 min, pois o vento rondava muito devido a uma grande formação de chuva a barlavento. Vamos aproveitar, pois hoje tem banho de água doce à vontade. Assim que começou a chover, rolou um banho coletivo. Aproveitei para lavar minha camiseta e bermuda oficial de travessia, digo oficial, pois chego a ficar uns 7 dias com essa roupa durante o dia, tenho outra para dormir, mas para ficar no convés, uso sempre a mesma, se não quando chegar no porto tenho que passar o pouco tempo que tenho lavando roupa, a sorte é que não uso roupa de algodão. A técnica é nunca deitar na cama com essa roupa!!! E a chuva continuava. Durou aproximadamente 3 horas. Durante a chuva o vento rondou muito, o barco checou a cambar involuntariamente e na sequencia o vento diminuiu muito. Ligamos o motor, colocamos o barco no rumo e fomos ajustando as velas para ajudar um pouco o motor. Passado totalmente a chuva jantamos macarrão cosido com o mingau que sobrou do café da manhã. Meu turno foi tranqüilo, o tempo todo no motor, mas sempre regulando a grande e a mezena para ajudar.

Quinta feira

Acordei para tomar café, ficamos conversando até começar a chover. Fomos todos tomar banho. Porém a chuva durou muito tempo, umas 5 horas. O bom foi que no inicio do meu turno a chuva trouxe vento, abri a genoa desengatei o motor, o barco navegava a 6,5 knots, melhor que no motor. Desliguei o motor e passei a ajustar as velas a cada rondada do vento. Como chovia muito, estava sozinho no convés, o vento aumentou e chegou a 20 knots com 90 graus de vento aparente, o barco navegava a 8,5 a 9 knots. A chuva passou e o vento continuou. Porém um pouco mais fraco, uns 16 knots o barco velejava de 6 a 7 knots. Almoçamos e o ventou continuou a diminuir, sugeri colocar o geniker, Aleixo resolveu esperar diminuir a formação de nuvens a barlavento. Fui dormir, pois estava cansado da chuva e quantidade de regulagens de velas que fiz durante o meu turno. Aleixome acordou umas 1500 para colocarmos o geniker para cima. Içamos a vela, mas não conseguimos desenrolar, tinha embolado um pedaço do meio da vela e não desenrolava de jeito nenhum. Baixamos a vela e tentamos desenrolar no convés, mas como a vela é muito grande, o vento atrapalhava a manobra, decidi então levar ela para dentro da cabine e esticar nos dois corredores internos, foi fácil desfazer o embaraço. Aproveitei para diminuir o cabo da testa, pois a amura da vela ficava a um palmo do enrolador, dificultando para enrolar e deixando a vela muito frouxa na testa. Terminei tal modificação, ensacamos sem enrolar a vela, levamos para o convés e içamos. Em minha opinião acho que tendo uns 4 tripulantes, é mais fácil trabalhar sem o enrolador, pois a vela subiu muito bem. Trimei o geniker, ajustei a mezena e grande, o barco começou a fazer entre 3 a 5 knots com o vento variando entre 7 e 10 knots com ângulo de 140 aparente. O que nos forçava a fazer rumo sul e não sudoeste rumo a Galápagos. Não era de todo mal navegar fora do rumo para o sul, pois a previsão de vento e a tendência do vento local indicada pelo pilot chart, dizia que mais Ao sul tínhamos mais vento. Já era 1700 e ficou a questão. Devemos abaixar o geniker a noite ou não? Sugeri que mantivéssemos pois a previsão era de vento fraco e o horizonte estava bem limpo. Aleixo disse que deixaria desde que eu dormisse na cabine de comando para acudir mais rapidamente qualquer grande variação do vento. Disse que não teria problema, peguei minha coberta e meu travesseiro e fui para a cama do piloto, eram 1900 e meu turno começava as 2100, tentei dormir mas não consegui, fiquei rodando na cama. Sabia que não era bom, que ficaria com sono no turno, mas não conseguia tirar o olho dos instrumentos. Assumi o turno as 2100, o vento rondou um pouco para a proa e consegui aproximar nosso rumo para Galápagos, mas ainda íamos mais para o sul, o vento aumentou a intensidade e navegávamos a 5 knots quase que constantemente. O turno foi tranqüilo, poucas alterações no rumo e quase não alterei as velas. Passei o turno para Lito e fui para a cabine de comando, até antes de deitar estava fazendo força para não cochilar, impressionante, mas foi deitar na cama e não conseguir pregar o olho, levei uns 40 min para conseguir dormir. Lá pelas 0430 da manha acordei com Caetano e Jeff conversando, neste momento já velejávamos em rumo a Galápagos. O vento estava em 80 graus de aparente, tive que levantar e orientar o pessoal do turno a regular as velas, voltei para a cama, levei um tempo para dormir.

sexta-feira

Me acordaram para o café da manhã, comi e logo voltei para a cama, tinha dormido muito pouco durante a noite e não demorou muito e cai no sono, apesar do barulho do pessoal. As 0830 acordei com o calor, pois ainda estava de calça de moletom e camiseta de manga comprida, como não tinha mais tempo de dormir antes do meu turno, me preparei para o turno e fui para o convés. O vento agora é Sul puro e velejamos a 60 graus de aparente com intensidade variando entre 9 e 11 knots o barco navega de 4 a 5,5 knots com a proa no rumo desejado. O vento agora só não pode rondar para sudoeste, que vai dar na cara, apesar de não ser um vento comum nesta época do ano por aqui, tivemos um pouco de sudoeste um ou dois dias atrás. Tivemos Lentinha com calabresa, arroz, salada e farinha de mandioca para o almoço e chocolate de sobremesa. Após o almoço estudei a carta de detalhes de Galápagos com Aleixo e Caetano, após decidir nossa rota de aproximação, conversamos sobre a continuação da viagem, fizemos contas das distancias entre o Thaiti e a Indonésia, pois temos que cruzar o Indico, seja pelo cabo da boa esperança ou pelo canal de Suez até o final de novembro, pois em dezembro começa a época dos ciclones na região. Percebi que infelizmente não devemos passar pela Nova Zelândia, pois atrasaria muito a viagem. Aleixo se demonstrou com grande intenção de ir pelo canal de Suez apesar do risco dos piratas da Somália, chegou até a mencionar: - Dou a opção de quem quiser ir e quem não quiser desembarca, mesmo que tenha que ir sozinho!

Tenho que ir devagar com minhas expectativas, pois só estou confirmado até o Thaiti e mesmo que eu consiga continuar no barco, tenho que conseguir o visto da Austrália, dizem que está difícil conseguir. Vamos aguardar as coisas acontecerem com calma.

Desde a partida da Cidade do Panamá, hoje completou a primeira vez que conseguimos velejar por mais de 24 horas e nem foi forçando muito a barra, pois navegamos 110 milhas nas ultimas 24 horas. E daqui a pouco vai virar 24 horas de geniker içado. Essa sim é uma marca importante, pois percebo que Aleixo está ganhando mais confiança em deixar o barco andar. Foi fato que para isso tive que passar a noite na cabine de comando. Mas ta valendo.

Durante a tarde o vento diminuiu e veio na cara, velejamos no limite da orça, aproximadamente 58 graus de vento aparente e de 3 a 4 knots de velocidade, acredito que chegaremos na segunda pela manhã caso o vento não acabe de vez, minhas esperanças de chegar no sábado final do dia se acabaram, para isso precisaríamos navegar dois dias a 6ª 7 knots e nas primeiras 6 horas navegamos entre 3 e 4, pode ser que o vento melhore, mas acredito na opção mais conservadora. Por mais que cheguemos próximo a Ilha de San Cristóbal, nosso primeiro porto em Galápagos no sábado a tarde, vamos diminuir a velocidade independente do vento para chegarmos pela manhã de domingo.

Para o jantar tivemos arroz com lentilhas e calabresa que sobrou do almoço, mas para compensar tchuca fez um bolo de chocolate que estava maravilhoso, pena que ficou com gosto de pouco. O nível da carga das baterias está baixo, por isso o gerador foi ligado, aproveito para carregar o notebook, jogar xadrez e atualizar o blog.

Em meu turno o ventou continuou fraco, raramente passávamos de 4,5 knots de velocidade. Na primeira hora, tchuca e Jeff me fizeram companhia, ficamos fazendo alongamento. As outras duas horas foras fiquei ouvindo musica e alterando o rumo conforme o vento rodava. Passei o turno às 0000 para Lito e fui dormir. Resolvi dormir na minha cabine, pois na cabine de comando não consigo dormir bem, tem muita luz dos instrumentos além do movimento constante das pessoas no turno. Aproximadamente as 0200 Lito veio me chamar, o vento aumentou para 17 knots e Aleixo estava pensando em baixar o geniker, quando todos que estavam dormindo chegaram no convés, o vento tinha baixado para 15 knots, aguardamos um pouco a passagem de uma nuvem escura que estava a barlavento. O vento diminuiu para 14 knots. Voltamos todos para a cama, não passou 20 minutos e nos chamaram novamente. O vento estava novamente em 17 knots, Aleixo comunicou que baixaríamos o geniker e abriríamos a genoa. Pedi para Aleixo arribar para uns 120 de vento aparente. Abrimos um pouco a genoa, folgamos a mezena e o grande para facilitar o barco arribar e fui para a proa preparar para a manobra. Jeff, que estava caçando a genoa ficou para folgar a escota do geniker, Caetano foi para a adriça eu e Lito ficamos para enrolar e baixar o geniker. Pedi para Jeff folgar a escota e comecei a enrolar o geniker. Assim que estava com a esteira toda enrolada, pedi para Caetano estourar a adriça. Comecei a recolher a vela com lito. A manobra foi rápida, eficiente e não demandou esforços, pois diferente das outras vezes, quando pedi para estourar a adriça, Caetano deixou a vela descer com velocidade. Facilitando a recolha. Das outra vezes quem estava na adriça sempre ficava segurando na catraca a descida, forçando quem estava recolhendo a vela fazer muita força para puxar a adriça que estava enrolada na catraca. Com a vela no convés disse para Aleixo que ele já podia orçar, com intuito de não perdermos barlavento. Ensaquei a vela, guardei no porão de proa e fui ajudar na regulagem fina das velas. Ficamos uns 15 minutos para acertar as 3 velas. A genoa consumiu mais tempo, pois na orça temos que regular o tanto que vamos desenrolar, para não ficar pegando no estai nem ficar muito pequena, pois alem de não desenvolver velocidade, o barco fica desequilibrado, forçando o piloto automático. Terminada a manobra tentei dormir, mas não consegui, estava acelerado, voltei para o convés, conversei um pouco com Aleixo e Lito, comi uma sardinha enlatada, as 0300 trocou o turno. Agora estava Jeff e Caetano, fiquei conversando um pouco e fizemos algumas contas. Se conseguíssemos manter uma média acima de 5 knots de velocidade nas próxima 40 horas, conseguiríamos chegar em San Cristóbal no domingo final do dia. Fui dormir.

Sábado

Jeff me acordou as 0600 da manha, hoje é meu dia na cozinha, tenho que preparar o café da manhã. Fiz mingau de aveia, chá, cortei mamão e preparei a bandeja com: Leite em pó, iogurte, ovomaltine, manteiga, geléia, coquitos (uma bolachinha meio doce), torradas, capuchino, café em pó e mais alguma coisa que não to lembrando. Levei para o convés, acordei quem estava dormindo tomamos café. Durante o café percebi que a adriça da grande tinha escorregado um pouco no mordedor e que a vela estava com a testa folgada. Aproveitei Lito que já tinha comido e adriçamos o grande, não tirei da catraca, pois se tirar vamos perder o trabalho. Agora vou aguardar meu turno começar, enquanto isso vou tentar dormir um pouco.

No meu turno não tive novidades, o vento continuou fraco e sempre que possível orçávamos um pouco. Preparei um refogado de repolho com batata cozida e galinha assada. Após o almoço o vento diminuiu mais e içamos o geniker, não havia mais esperanças de chegar no domingo a tarde, arribamos um pouco para o geniker poder funcionar e nos arrastávamos a 3,5 knots fora do rumo. Decidimos que iríamos fazer o barco andar o que podia até acabar o vento, que a previsão tirada via iridium dizia que seria no domingo à tarde. Acabou meu turno começamos a faxina pré porto, decidimos fazer a faxina do barco ainda em água, para não perdermos tempo nesta função em terra. Terminada a faxina, preparei o jantar, caldo de abóbora, quando Aleixo passou pela cozinha se tornou caldo de abobora com a sobra do mingau que sobrou do café e fui dormir, estava muito cansado das duas ultimas noites mal dormidas e a chuva que tomei há dois dias. Nem jantei, pedi para deixarem um pouco para mim e que me acordassem na hora do meu turno. 2100 me acordaram como o clima estava um pouco frio, apesar de estarmos próximo ao equador, devido à corrente de Rumbolt que se origina na Antártida e sobe pela costa do Chile, Peru e se desloca para o oeste na linha do equador. Esta corrente é responsável pela troca de calor entre o pólo sul e o equador. Essa mesma corrente que é responsável pela grande quantidade de neblina próxima a Galápagos. Foi a primeira vez na viagem que peguei um suéter de lã, alem de calça de moletom e tênis para fazer o turno. O geniker já tinha sido baixado quando assumi o turno. O vento melhorou um pouco tanto na intensidade quanto na direção. Passei o turno para Lito e fui dormir.

Domingo

0630 fui acordado para o café, mas não compareci de imediato, ainda fiquei um pouco na cama,mas como era meu dia de lavar a louca acabei subindo umas 0730, o que foi uma pena, pois se tivesse demorado mais 15 minutos para subir teriam lavado a louça para mim!!! Tomei meu café, hoje foi cuscuz e iogurte com granola, lavei a louça e voltei para a cama, para aguardar meu turno. 0900 fui para o turno, o vento estava muito fraco uns 7 a 8 knots o barco navegava a 2,5 a 3,3 knots. Decidimos que ligaríamos o motor as 1300 e diminuiríamos a marcha a noite para quando clareasse estarmos a umas 30 milhas de terra. Distancia que mínima que Aleixo gosta de manter de terra durante a noite. 1200 Caetano serviu o almoço, arroz integral com galinha e salada de repolho com pepino e de sobremesa abacaxi. Joguei umas partidas de xadrez com Lito e aproveitei que o motor estava ligado para assistir Macunaíma no computador. Depois do filme dormi mais umas 3 horas, só acordei para o jantar. Após lavar a louça começou uma sessão de alongamento foi muito boa para soltar um pouca as juntas que depois de dormir tanto para tirar o atraso estavam todas travadas. O turno chegou a ser chato, pois não tinha nada para fazer e para ajudar estava nublado, nem para estudar as estrelas e tentar ver umas cadentes não dava. As 0000 passei o turno para Lito, e fui dormir, certo de quando eu acordasse já estaríamos com Ilsa de San Cristóbal no vizual.

Acordei umas 0600 fui para o convés e avistei pela primeira vez uma das ilha do arquipélago de Galápagos além de um nascer do sol fantástico. Ficamos admirando a paisagem, tomamos café. Terminado o café iniciou uma arrumação geral a bordo, pois nas ultimas vezes que Aleixo esteve aqui, os oficiais vieram a bordo para dar entrada na papelada da imigração e outras necessárias. Aqui parece que até dedetização teremos que fazer. Fica a duvida se é para preservação ou para poderem cobrar uma taxa a mais. Agora vou subir para ficar no visual da ilha.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Fotos





Panamá!!!

Acordei cedo e sai para nadar com o Caetano, quando voltamos para tomar café da manha, o pessoal que passou a noite fora tinha retornado, então foi decretada nossa folga, comemos e nos preparamos para sair. Convidamos os americanos para ir à praia conosco, porem eles estavam enrolados envernizando o barco. Então fomos eu e Caetano, quando chegamos no porto, encontramos um pessoal que trabalha nas lanchas de apoio aos navios, como era domingo e eles estariam de folga após entregar umas peças a um navio, combinamos de sair com eles. Eles nos convidaram para ir com eles ate o navio que iriam entregar a tal peça e aproveitar para passar no Fraternidade para deixarmos a mochila que iríamos levar para a praia. Quando voltamos em terra saímos do porto, compramos umas brejas e saímos caminhando para o local onde iríamos almoçar. Começamos a entrar pelos becos de Colón, passamos por locais muito degradados, construções antigas sem manutenção adequada, algumas varandas e Lages era sustentadas por varias madeiras escoradas, muito lixo na rua e nos blocos de apartamentos, podemos dizer que é uma favela de alvenaria, com muito vazamento de água, que escorria por dentro das casas e pela rua, me arrependi muito de ter saído de chinelo, tinha que ficar pulando e procurando o melhor lugar para passar. Chegamos próximo a uma quadra de futebol que tinha uns meninos jogando, resolvemos brincar com eles, montamos um time com dois brasileiros e um panamenho, “Jonbo”, que é o piloto da lancha, contra três meninos locais. Começamos bem, fizemos dois gols, ai os meninos começaram a se revezar entre os que estavam fora, alem deles terem mais preparo físico e começarem a se revezarem, não agüentamos por muito tempo e logo cedemos o empate!! Acabado o jogo, tomamos mais uma cerveja e fomos para a casa do José, um dos blocos que passamos no caminho, lá pude ver que o Brasil não está tão mal assim. Mesmo nas viagens que fiz no Peru e Bolívia, nunca vi uma pobreza tão grande e de tão perto. A casa era um cubículo com um sofá, uma televisão, um fogão e a geladeira, compramos umas cervejas no distribuidor próximo e sentamos no corredor do “prédio” e ficamos conversando e escutando musica. Como era domingo o pessoal do bloco faz uma festa para as crianças, então armaram no segundo andar uma piscina inflável e um som potente que tocava reggae local, o som era muito bom a piscina ate as 1800 era das crianças após dos adultos, mas as 1600 quando subimos a água já estava marrom!!!

Comi o que eles chamam de “domingueira” Arroz com frango, preparado pela esposa do José, que é filha de jamaicanos que moram no panamá há muito tempo, muito boa a comida, repeti duas vezes!!

Fiquei mais um tempo lá, mas não quisemos esperar anoitecer, apesar de estarmos na presença de moradores local, achei que o local não era seguro para ficarmos a noite.

É uma pena que não temos muitas fotos de Colón, pois achei que não valia a pena sair com a câmera e correr o risco de roubarem no começo da viagem.

Voltamos para o barco umas 1730 e fui dormir cedo pois estava bem cansado.

Na segunda era dia de trabalho, fiquei levando a turma com o bote do barco até o porto, cozinhei, lavei roupa organizei uma espécie de preventer para o pau de spy e fiz umas costuras no cabos do bote. Aproveitei para passar nos barcos dos americanos e trocar umas idéias.

Na terça era folga novamente, aproveitei para ir a Shere Bay Marina, que fica do outro lado da baia de San Cristoban, local onde fica o porto do Colón. O passeio já começou bacana, pois pegamos uma carona com o pessoal das lanchas de apoio, passamos por dois navios antes de chegar na marina. Conheci um casal de brasileiros que vivem de fazer delivery pelo mundo, muito bacana e também um ótimos contato, eles estão treinando um novo marinheiro para um bennetau 50 pés com bandeira panamenha, mas o dono é brasileiro, conheci também um Neozelandês e um dinamarquês que estão levando um barco para a Austrália e estão precisando de um tripulante. Fiquei de conversar melhor com eles na Cidade do Panamá, para ver o esquema de custos e logística dentro do barco. Depois fomos para a zona livre, eu, Caetano, Samirah, o casal e o novo marinheiro, que também é muito bacana. Novamente pegamos uma carona com a lancha. Quando chegamos ao porto convidamos o piloto e o marinheiro da lancha para almoçar conosco, depois fomos até a zona livre para mostrar para os novos amigos e aproveitei para comprar uma bota de trekking, muito bacana, com biqueira e uma camada na sola de titânio, impermeável e respirável. Acabamos deixando o pessoal na zona livre, pois eles voltariam de taxi para a marina e nos tínhamos que passar na net e pegar o bote de volta para o barco as 1730. Chegando no barco aproveitei para ir até o barco dos americanos, para trocar idéia e aproveitar para eles corrigirem o meu cv em inglês. Umas 2000 voltamos para o barco jantamos e ficamos trocando idéia e esperando a Samirah arrumar as malas, já que ela ira desembarcar, pois conseguiu uma carona no tal benetau para Saint Martin. Local o qual gostaria de ir, pois vai rolar uma semana de vela por lá e na seqüência tem a semana de Antiqua de barcos clássicos e depois de barcos modernos, fiquei morrendo de vontade, mas que abe do outro lado role!! Foi muito engraçado, pois ficávamos o tempo todo fazendo piada da quantidade de bagagem dela.

Hoje quarta, acordei cedo pois é meio dia de fazer o café, houve algumas trocas na escala do fogão por conta da folgas em terra, então ficou bem bagunçado, um dia um faz café da manhã mais não faz o almoço nem o jantar. Depois fui levar a Samirah para o porto, aproveitei e dei uma carona para os americanos, tive que fazer uma segunda viagem para levar o casal de poloneses e um dos americanos que ficou para trás devido ao excesso de pessoas. Voltei para o barco e levei Aleixo e Paulo no porto para irem à net, aproveitei e fui também. Foi a primeira vez que tivemos autorização para deixar o bote sozinho por um tempo no porto. Voltei comemos uma feijoada e estou fazendo a digestão escrevendo e acompanhando o Lito a trocar o óleo do gerador, enquanto Aleixo saiu com Tito, o despachante que está nos ajudando com a burocracia local! Terminado a função do gerador, fomos empinar “raia” uma espécie de pipa feita com papel de caderno e um pedacinho de bambu, ficamos por mais de hora brincando. Quando Aleixo voltou com nossos passaportes e os papeis de liberação de cruzar o canal, levei Lito, Tchuca e Caetano para irem na internet e as compras. Fui buscar o pessoal as 1730 como combinado, porem Paulo não apareceu, ficamos esperando por uma hora, enquanto conversávamos com o pessoal que trabalha no porto e depois com um Suíço que precisava de carona até o barco dele, pois tinha ido ajudar uns amigos na passagem do canal. As autoridades obrigam que cada barco tenha 4 pessoas para manusear os cabos de amarração uma para pilotar mais o prático. Então os barcos que tem tripulação contratam panamenhos ou organizam com os velejadores de outros barcos. Quando foi 1830 Aleixo avisou que Paulo tinha ligado dizendo que iria atrasar, voltamos ao barco jantamos e ficamos aguardando Paulo, que chegou por volta das 2030. Nesta noite ficamos jogando carta e trocando idéia.

Quinta feira, dia de cruzar o canal, todos estamos ansiosos. Saíram Aleixo, Lito, Paulo e Jeff para comprar alimentos frescos, pois em Colón tem uma ótima feira livre. Aproveitei para nadar, pois estou muito sedentário nesta viagem. Quando retornaram, eu, Caetano e Tchuca saímos para fazer compras, comprei uma maquina de cortar cabelo por US$ 5,00, muito barato. Voltamos para o barco almoçamos feijoada, preparamos as amarras, levantamos ancora e aguardamos a chegada do pratico, manobrando o barco lentamente no motor, somente para tentar manter a posição. Como o vento estava com rajadas de até 25 knots, mantive o barco quase contra o vento e controlava no motor nossa posição. Quando o prático chegou, percebemos que ele já estava estressado. Ele assim que subiu no barco pediu que desse toda máquina avante e fomos andando entre 8 e 8,5 knots, a favor do vento. O canal foi se afunilando até a proximidade da eclusa Gatun, construída em 1913. Ficamos manobrando próximo a eclusa até recebermos a autorização para entrar, passamos pela eclusa com mais dois veleiro e um navio de médio porte na mesma vaga e na vaga ao lado passou um navio que eles chamam de panamax, media máxima possível dentro das eclusas. Este navio ele é um panamax em sua largura, mas não em comprimento, ainda assim é bem grande. Foram três etapas de subida. Em cada uma delas tínhamos que trabalhar as amarras para manter o barco próximo a parede. O processo é bem interessante é visível a diferença de cor da água salgada do canal com a doce do lago que enche a eclusa. O processo de passagem na eclusa velou em torno de 0130, como entramos na eclusa as 1800 saímos as 1930 já no escuro. Navegamos por mais 20 minutos até chegarmos numa construção que não consegui identificar o que é. Lá atracamos a contra bordo de uma bóia gigante, foi uma pena que não tiramos nenhuma foto. Do outro lado da bóia estava um veleiro canadense, após nossa manobra de atracação e jantarmos fui com Jeff no barco deles e ficamos conversando por um bom tempo. Relembrei bastante minha temporada no Canadá, pois eles moram perto de Vancouver e conhecem tudo por lá. Umas 2230 fomos dormir, pois estávamos cansados e o piloto estava previsto para chegar as 0600 da manha e tínhamos que estar prontos, então acordamos as 0500. Assim que ele chegou não perdemos muito tempo e já soltamos da bóia e começamos a navegar pelo lago, que é muito bonito, só em alguns pontos que estão com obras de ampliação do canal que a água fica barrenta e a paisagem muda. Navegamos por algumas horas no lago, chegamos a Pedro Miguel a primeira eclusa de descida, são dois estágios, navegamos por um lago artificial e chegamos na Miraflores ultima eclusa, nestas duas eclusas atracamos a contra bordo de um barco de passeio de 120 pés que leva turista para atravessar o canal, foi muito bom para nós pois não tínhamos que nos preocupar com folgar as amarras conforme descíamos.

Chegamos ao pacifico, uhuh!!!! Navegamos um pouco e assim que chegamos próximo a ponte das Américas a lancha de apoio do pratico encostou a contra bordo e ele desembarcou. Tentamos falar com o as marinas da cidade do Panamá, mas recebemos a informação de que todas estavam lotadas. Aleixo decidiu que iríamos para um ilha chamada Taboga, que fica a 9 milhas da capital. Nos aproximamos da ilha para procurar um local adequado para ancorar, após observarmos as profundidades e a proximidade de outros barcos,acabamos ancorando um pouco fora, baixamos o caíque e fomos na cidade para comprar pão, pegar informações da balsa que vai para a capital e dos lugares bons para ancorar na ilha. Não pudemos deixar o caíque no píer pois estava próximo ao horário da balsa então paramos na praia, arrastamos o bote até uma certa altura e fomos caminhar. Não encontramos pão, mas conseguimos falar com uns sul-africanos que tem uma veleria pequena na ilha. Eles sugeriram pararmos em uma poita, mas Aleixo não gostou da idéia, no caminho de volta para o bote paramos para tomar um suco, quando percebi que a maré estava subindo rapidamente e que se demorássemos o bote ficaria no fundo, pelo menos tínhamos colocado a ancora na areia, mas deixamos o bujão aberto para esgotar a água da chuva. Quando cheguei para pegar o bote, pois me adiantei perante o grupo, estava cheio de água, mas quase na beira da praia, deu para puxar o bote pela ancora sem ter que entrar na água. Duro foi ter que tirar toda água de dentro do bote!! Peguei o pessoal no píer e fomos para o barco, tivemos certa dificuldade para subir o bote devido as ondas que aumentaram junto com o vento, terminado a manobra do bote, percebemos que a ancora tinha garrado (expressão usada quando a ancora solta do fundo),rapidamente ligamos o motor e dermos marcha a frente, tínhamos derivado bastante e já estávamos próximo a um atuneiro gigante de uns 150 pés, comecei a recolher a ancora com o guincho, o momento foi tenso, Aleixo chegou a cogitar de aproveitarmos o vento a favor e irmos direto para Galápagos. Pensamos e avaliamos a questão um pouco melhor e decidimos que era melhor ir para sota vento da ilha de Taboga, que estaria protegida do mal tempo, já que todos tinham questões para resolver no Panamá, inclusive o regulador de voltagem de um dos motores. Demos a volta na ilha já com o sol se ponto, que estava maravilhoso, observamos a profundidade e a distancia de terra e lançamos a ancora a 18 metros de profundidade, soltamos quase 100 metros de corrente, pois estávamos todos preocupados. Demos um banho de mar, tentei mergulhar para ver a ancora, mas não consegui estava fundo e escuro. O local é muito bonito, mas não tem praia. Dormimos um atento ao vento e as ondas, mas correu tudo muito bem.

Acordamos cedo e decidimos que parte da tripulação ia para terra e eu, Lito e Aleixo íamos ficar cuidado do barco caso o vento mudasse. Estudamos a melhor rota para a equipe de terra atravessar o morro para ir a cidade que fica do outro lado da ilha, calculamos umas 2 milhas de caminhada em terreno bem inclinado, fomos todos no bote para desembarcar o pessoal na costeira. Apesar da ondulação a manobra não foi difícil. Voltamos para o barco e aproveitamos para irmos mergulhar, preparamos 2 arpões e uma fisga de lagosta e fomos nadando até a costeira, ficamos pouco tempo pois a água não estava muito limpa, consegui matar 1peixe preto e 2 budiões azul, mas um dos budiões fugiu, foi uma pena era o maior e o peixe preto Aleixo achou melhor não comermos. Voltamos para o barco almoçamos carne de panela que tinha sobrado do dia anterior, lavei a louça e voltei a mergulhar, estava na “fissura”, fui nadando novamente, mas água estava muito suja então voltei para o barco e fiquei relaxando e esperando o pessoal chegar para irmos buscá-los com o bote. Assim que chegaram eu e Lito fomos até a costeira, pegamos o pessoal e voltamos para o barco jantamos e jogamos cartas.

Hoje é domingo e ficou acertado que Aleixo e a equipe que tinha saído no dia anterior iriam para a cidade para resolver umas questões na net e organizar um barco para fazer nosso translado até a cidade de Taboga, e eu e Lito ficaríamos a bordo para caso tivesse que mudar o Fraternidade de lugar, por um lado foi chato pois tive que ficar dois dias seguidos sem sair, mas por outro foi bacana, pois Aleixo me deixou responsável pelo barco. Desembarcamos o pessoal em outro ponto da costeira que achamos mais fácil a subida, enquanto o pessoal avaliava se dava para subir ou não, voltei até o barco rapidamente preparei o equipo de mergulho e retornei a costeira para pegar Lito e checar se todos tinham conseguido subir. Cheguei lá e Lito já estava nas pedras me aguardando, ancorei o bote e ele veio nadando, preparamos os arpões e fomos a caça, que hoje foi muito boa, matei 4 budiões e Lito 2 e duas tainhas pequenas para fazer isca, achamos que era o suficiente e voltamos, preparamos uma bela moqueca com pirão comemos e dormimos até a hora que vimos um barco vindo em nossa direção, percebemos que nele estavam Jeff, Aleixo e um dos Sul Africanos. Após eles ancorarem o barco fomos buscá-los de bote, o convidado conheceu o barco tomou um guaraná e pediu que nos levassem de volta já que estava ficando tarde. Fomos até o barco dele e ele pediu que eu ajudasse com a ancora, recolhi a ancora, pulei para o bote e voltamos para o Fraternidade, conversamos um pouco mais e aguardamos o resto da equipe que estaria vindo por terra. Descobrimos que Aleixo e Jeff tinham ido até a Marina Flamenco no Panamá com o Sul africano, que tinha que entregar uma vela lá. Realmente a marina estava lotada, mas ele mostrou um bom ancoradouro, que devemos ir para lá na terça. Assim que percebemos que o pessoal chegou na costeira fomos buscá-los, chegando lá eles disseram que o cabo tinha ficado amarrado no topo do barranco pois não conseguiriam descer sem o cabo, acabei tendo que subir e soltar o nó. Na volta para o barco foi um tal de joga um e outro no mar, foi muito divertido, tudo começou pois Caetano estava reclamando que não queria remar. Voltamos ao barco, fizemos mais pirão da moqueca e comemos todos, jogamos xadrez e dormimos.

Segunda, meu dia livre, já que hoje Aleixo ficaria no barco o dia todo, sai cedo para caminhar na ilha com Caetano, achamos um local super fácil de subir, ainda assim Caetano achou que tinha que levar o cabo, que acabou sendo um estorvo, pois estava molhado e pesado e não foi necessário em nenhum momento. A caminha foi muito boa, fomos até o mirante no topo da ilha a 1000 metros de altitude, depois fomos caminhando até a cidade, almoçamos passeamos um pouco e voltamos para o barco. Aqui nadamos um pouco e agora estou escrevendo um pouco para aproveitar o momento tranqüilo, o pessoal que ficou no barco hoje pegou umas ostras, vamos ter moqueca de ostra com peixe que sobrou de ontem, muito fina a comida e também muito barata, já que foi tudo pescado. Detalhe a moqueca com direito a azeite de dendê e leite de coco. Sem duvidas essa foi a melhor parada até agora, pelo menos a primeira com cara de vida a bordo, pois as outras só paramos em grande centros que fora a cidade não tinha muito a oferecer. Ficou decidido que vamos amanha para o ancoradouro no panamá para resolvermos as pendências para ai então atravessarmos o pacifico, com parada em Galapagos e Marquesas.