sábado, 24 de abril de 2010

chegada na polinesia francesa

Fomos para a praia as 1600, tínhamos marcado para jogar as 1700, mas a praia estava muito cheia, não permitindo jogarmos, ficamos por lá um tempo. Depois apareceram umas americanas que tínhamos conhecido na balada uns dias antes e resolvermos ir caminhar pelas pedras, fomos até um ponto assistir o por do sol que foi maravilhoso, também pudemos observar que as ondas estavam crescendo, animamos, pois teríamos a tarde livre amanha, podíamos ir surfar!!! Ficamos nas pedras até o sol se por ai voltamos para a praia, tinha um pessoal local que estavam comemorando o aniversario de um deles,ficamos um pouco ouvindo musica e conversando, não deu para ficar muito pois os mosquitos estavam nos comendo vivos. Voltei para a vila, tomei um sorvete e combinei com “Bilabong” um surfista local que fala português, mas só em gíria, aprendeu com o brasileiros que vem surfar por aqui. Ele ficou de arrumar duas pranchas para alugarmos por um preço melhor que na loja, marcamos para as 1430 do dia seguinte, horário que a maré estaria terminando de encher. Voltei para o barco, comi e dormi, estava muito cansado.
Na segunda pela manha, terminamos de comprar as frutas frescas e carne de porco, para a viagem que acreditamos que vai ser de 20 a 25 dias, almoçamos em terra por conta do capitão, voltamos ao barco para guardar as compras e se preparar para o surf. Hoje vamos em uma praia chamada de “loberia”, pelo nome imagine a quantidade de lobos marinhos que não tem por lá. Diferente da outra vez que fomos surfar e saímos remando do barco, essa voltamos para a vila para encontrar “bilabong”, pegar as pranchas e ir para a praia, no tumulto de ir surfarmos logo, acabamos pegando um taxi de 2 dollares para todos, mas como em todo lugar, os locais que teoricamente estão mostrando o lugar não pagam, sobrou para os brasileiros, mas ta valendo dividimos em 3 e decidimos voltar caminhando, pois não daria mais de 30 minutos. O surf foi muito bom, as ondas estavam um pouco menores que em “punta carola” mas para mim estaca melhor tinha mais controle, consegui pegar varias ondas, porém a maré começou a baixar e a quilha da minha prancha acabou batendo em uma pedra e quebrando, continuei surfando, mas sem controle nenhum, pelo menos dava para treinar o drop. A maré baixou mais ainda, parei de pegar onda e fiquei na água só observando, voltamos todos para terra, ficamos um pouco curtindo o final do dia e depois começamos a caminhar, chegamos na vila já estava escuro, ainda tínhamos que mandar emails, Caetano e Jeferson voltaram para o barco, pedi que trouxessem meu note e algo para comer, fiquei conversando com uma das americanas que passamos ontem. Ela tinha ido mergulhar na pedra “León dormido” uma ilha pequena próxima a ilha que estávamos, muito bonito o lugar, pena que não deu para eu conhecer. Ela acabou indo embora pois tinha que encontrar os pais para jantar. Fiquei no píer aguardando o pessoal a voltar do barco. Desde que chegamos pela primeira vez na ilha, ficamos observando uns moleques andando de um tipo de skate, que eles chamam de “patinete”, que é articulado, pedi para tentar andar e um deles me emprestou, tomei uns dois tombos mas em pouco tempo estava apostando corrida com a molecada, lógico que eu só perdi mas me diverti muito. Quando Caetano voltou, em vez de irmos para a net, ficamos brincando com os moleques, na ultima hora demos um pulo na net e voltamos para o barco, pois tínhamos que voltar até as 2100, chegamos umas 2045, jantamos e dormimos.
terça-feira
Acordamos assim que o sol saiu e começamos a preparar para a grande travessia, vão ser 3100 milhas, estamos todos ansiosos, levantamos a ancora e motoramos para fora do porto, como estávamos a sota-vento da ilha, continuamos no motor até alcançar a ponta da ilha, onde acreditávamos que estaria ventando, doce ilusão, chegamos lá e nada de vento, calmaria total. Motoramos através do arquipélago de Galápagos, ainda passamos próximo a duas ilhas, no final do dia já tínhamos deixado todas para trás, agora só água, pó pelo menos uns 20 dias. Continuamos mortorando por quase dois dias até entrar um ventinho, passamos mais um dia velejando em torno de 3 a 4 knots o que nos rende aproximadamente 80 milhas por dia, se continuarmos assim vamos levar mais de 40 dias!! Subiamos o geniker, abríamos o triqueta, mas mesmo com 4 velas içadas o barco não rendia, o vento era muito pouco. No terceiro dia de viagem o vento firmou, tínhamos agora 15 a 20 knots de sueste, abrimos a vela e a viagem começou a render, o barco fazia de 6 a 8 knots, todo dia as 1200 horas, marcamos o ponto na carta e confirmamos nosso avanço real, chegamos a navegar 192 milhas em 24 horas, se conseguimos manter próximo a essa media, levaríamos apenas 18 dias. O vento se manteve por três dias, ai começou a variar mas sempre conseguíamos manter uma média de 120 a 140 milhas, o que é muito bom, só um dia que mesmo com o genikker em cima fizemos somente 98 milhas. Na manha seguinte convenci Aleixo a subir o balão simétrico depois de muito custo. A manobra foi bem tranqüila e o barco ganhou 2 knots saímos de 4 para 6 knots de velocidade. Foi uma conquista, pois essa vela nunca tinha sido usada. Pena que no por do sol tivemos que baixar. E abrir asa de pombo para manter o rumo, pois o vento estava rondando para leste. Mas na manha seguinte balão para cima de novo e assim foi por três dias até o vento voltar a soprar com mais força e não subimos o balão, pois o barco estava navegando acima dos 5,5 knots. Então segundo Aleixo não é necessário levantar balão nesta velocidade. Fomos revezando entre dias de balão e dias sem, quando estávamos a aproximadamente 400 milhas comecei a calcular nossa chegada, acreditava que seria possível chegarmos no dia 20 no final do dia, mas para isso precisávamos passar uma noite com o balão em cima, além de nos atentarmos nas rondadas do vento, para que o barco não perder velocidade. Expliquei para Aleixo os meus cálculos, depois de um tempo de conversa ele aceitou que eu deixasse o balão em cima desde que eu dormisse na casa do piloto, concordei com ele e tivemos a nossa primeira noite com o balão em cima, foi tranqüila e avançamos bem. Tudo indicava que chegaríamos no dia 20 a tarde. Passamos o dia todo com o balão em cima, apesar do vento ter diminuído um pouco, ainda conseguiríamos cumprir a meta, chegou a noite e Aleixo quis tirar o balão, apesar do vento mais brando que na noite passada. Abrimos asa de pombo e na velocidade que mantínhamos no momento, chegaríamos se o vento melhorassem um pouco. Mantivemos o barco com mestra e genoa na asa de pombo. Quando terminou meu turno as 0000 o vento diminuiu um pouco, Aleixo já queria enrolar a genoa para diminuir a velocidade, disse que achava meio cedo para desistirmos pois se o vento melhorar nos conseguimos chegar e se o vento não melhorar sempre podemos dar um bordo para fora para atrasar a viagem, mas queria deixar esse bordo para fora no momento que realmente sabíamos que não chegaríamos. Fui dormir, porem pouco tempo depois que dormi Aleixo pediu para Lito o próximo do turno enrolar a genoa. Quando acordei as 0430 fui ate o cockipit e vi a genoa enrolada o barco se arrastando apesar do vento ter melhorado. Foi uma decepção pois sabia que daria para ter alcançar a meta traçada, voltei a dormir.
Acordei para o café da manha e logo voltei para a minha cabine, o barco navegava relativamente bem pois o vento estava forte, apesar de só estar de mestra, nesse momento tive certeza que daria para chegar no dia dia, mas também tive certeza que passaríamos um dia e uma noite enrolando para chegar, pois apesar do porto em Nuku-hiva ser grande e balizado Aleixo não entra nunca em lugar nenhum a noite.
Acabamos chegando no dia 21 as 1000 da manha.
Aqui as coisas tão muito boas, o local é maravilhoso e o povo local é muito receptivo, ontem fui pescar caranguejo e hoje vou mergulhar com uns locais.
A net é muito cara US$6,00 a hora, por isso vou usar pouco e não vou mandar fotos tão cedo.

Até