domingo, 3 de outubro de 2010

Tanna!!!


  
Viagem marcada para as 1200 de domingo no navio Southern Star, meio carga meio passageiros. Escutei muito sobre os atrasos nas partidas das embarcações em Vanuatu e como tinha regata de manha, fui logo cedo no porto para confirmar se o barco estava carregado ou não. O capitão disse que sim, que a carga já estava toda embarcada e que não iria haver atraso. Não podia correr o risco de perder a partida, desisti de correr a regata e comecei a me organizar com calma. Dei um pulo na cidade pela manha para comer e comprar comida para a viagem de barco que dura em média 18 horas. Cheguei no porto as 1130 e encontrei Cristopher e suas irmãs. Ele só vai para Tanna na quarta de avião, pois tem que trabalhar segunda e terça. Organizei com ele de ficar na casa dele, pois o pai dele vai dançar na festa. O barco partiu as 1245 mais ou menos, a regata já tinha acabado fazia um tempinho, daria pra ter corrido!!!



A viagem foi tranqüila, o mar ajudou bastante, apesar de irmos contra o vento alísio, não tinha quase nada de onda. Logo percebi que não daria pra ficar na área destinada para os passageiros,muita gente, criançada, sabia que ali a turma ia começar a gorfar assim que saíssemos da baia. 
Comecei a andar pelo barco e ver as possibilidades, logo vi uma pilha de arroz até quase o teto da cabine de popa, mas sobrava um espaço que com certeza daria pra deitar. Dei mais uma andada, tirei umas fotos e troquei idéia com a turma. Com umas duas horas de viagem, pensei:



É hora de dar um bode na pilha de arroz. Cheguei lá, já tinha dois caras deitados lá. Troquei uma idéia com eles e acabamos organizando para os três ficarem tranqüilos. Deu pra tirar bons cochilos, mas com o balanço do mar os sacos começaram a escorregar, então toda hora tinha que ficar organizando os sacos. Tive sorte pois onde estava, os sacos escorregaram juntos, encostaram numa parede e ficaram estáveis depois de um tempo. No final do dia, estava pronto para fazer um sanduiche de atum com pão, quando descobri que a turma estava servindo arroz com um pequeno pedaço de peixe. Acabei desencanando do pão e comi o arroz da turma. Durante o por do sol acabei conhecendo um cara da tripulação que como estaria de turno a noite, me cedeu a cama dele para dormir, a parte de cima do beliche, maravilha, pena que a cama era meio fedida, mas valeu estava melhor que na pilha de arroz. 



De manha serviram café com bolacha de água e sal. Comi só a bolacha e tomei água que tinha levado.



Desembarcamos as 0900 uma hora de atraso do horário previsto, mas ta valendo. A volta estava programada para ser feita de avião, pois a festa seria de terça a quinta e o barco estava previsto de partir as 1200 de quinta. Achei que ficaria muito corrido. Assim que chegamos, ajudei com as malas da família do Cristopher e sentamos para esperar o pai delas vim nos buscar. O irmão mais velho apareceu não muito tempo depois de chegarmos, trocamos um pouco de idéia, mas acabei estendendo uma esteira de palha debaixo da e uma arvore e dei um bote. No barco tinha acordado as 0515 da manha. 



Quando acordei umas 1115 e ele ainda não tinha chegado, resolvi dar uma caminhada pela cidade, fui até a feira local, dei uma olhada e voltei. 



Cheguei enquanto eles carregavam o carro. Passamos em duas loja da cidade e seguimos para Whitesand, vila onde moram, mais ou menos 1 hora na caçamba da caminhonete em estrada de terra, detalhe o tempo aqui esta bem seco, uma poeira lascada. Chegamos na casa, organizei a barraca e fui dar um volta pelas redondezas, não muito longe, pois já era quase hora da Kava.







A Kava é uma bebida típica do melanésio, povo que habitam algumas ilhas no pacifico. Em Fiji me disseram que era feita da mandioca, mas não é, é feita de uma raiz que se parece com a mandioca, mas menor. Existem 3 tipos de kava tradicional. Um é a kava em pó desidratada que eles misturam com água através de um pano, estilo de Fiji. Aqui em Vanuatu é muito difícil encontrar Kava em pó em qualquer Nakamal (local onde se toma kava). Tomei algumas vezes aqui em Port Vila. É um dos programas que tem para fazer, cada dia da semana a turma se encontra em uma Nakamal diferente, não vou todos os dias, pois a galera que conheço vai mais ao por do sol, horário que estou jogando bola ou trabalhando, mais a noite vou as vezes com o Nivans, denominação do povo local. Mas a kava aqui não é fresca, para ser considerada fresca tem que ser colhida no dia, ela dura uns dias, mas não muito. Em port vila ele trituram a kava em moedor de carne e espremem na água usando um pano. Já é bem mais forte do que a de Fiji. Na ilha de Tanna a turma toma no modo mais tradicional. Colhida no dia e como não tem moedor de carne, eles mastigam a kava sem engolir até atingir o ponto ideal, ai eles cospem numa folha e vão juntando a quantidade necessária de folhas com um bolo de kava em cima, até atingi o numero necessário para as pessoas presentes. Dizem que este sistema é o mais forte. 
Tentei mascar a kava, mas não consegui, o gosto é muito forte, parecia que tinha tomado anestesia na boca, acabei cuspindo antes da hora. Ficamos um tempo na Nakamal comemos um pouco de raízes cosidas e voltamos para a casa para jantar e dormir.
Acordamos cedo e começamos a organizar a caminhonete para irmos para a festa. Levamos em torno de 2 a 3 horas para chegarmos na festa. A dança das mulheres já tinha começado.



Procuramos onde íamos armar acampamento, montei a barraca e sai para ver o que acontecia. Andei muito assisti a dança e voltei para comer. Arroz com legumes.




Hoje a noite não tem nenhuma apresentação, então um pessoal que eu conheci me levou para tomar kava numa vila próxima.

Por do sol maravilhoso.
O cara ai falou que vai usar a peruca na dança, fiquei na duvida se ele tava falando sério ou não. Ele acabou dançando com a peruca.




Voltei já a noite para o acampamento central, comi e dormi.
As 0545 acordei com o movimento de pessoas, fui encontrar uma moita tranqüila para poder aliviar as necessidades. Quando voltei um dos caras que conheci ontem estava me esperando dizendo que tínhamos que ir, tive até a impressão que estávamos atrasados. Mas descobri que era viagem dele, chegou ao local onde seria a primeira dança e fiquei esperando três horas para a dança começar. Mas ta valendo fiquei trocando idéia com a turma. A dança é bem interessante, as duas primeiras atrações do dia são Toka, que é a dança que eles usam o bastão em forma de L para dançar. As outras danças não lembro o nome, meio complicado. Neste dia cada dança acontece em um Nakamal diferente, assisti a 6 danças durante o dia. Cada Nakamal fica em torno de 30 hora caminhando uma da outra, caminhei como a muito tempo não fazia, acho que nem a trilha que fiz nas marquesas eu caminhei tanto quanto esse dia. Cada piramba!!! Não almocei nesse dia. 






Reparem na poeira da barraca!!!





Quando acabou as danças estava coberto de poeira colada do suor, decidi que era melhor tomar um banho de mar do que ficar do jeito que tava. Fui até a praia com o brother e dei um belo mergulho no mar, sai me enxuguei com a camiseta para tirar o sal e voltamos para a festa. Estavam começando os preparativos para a noite, como a dança da noite é a mesma até de manhã, tentei descansar um pouco, mas não consegui dormir bem, devido ao barulho, acordei umas 0400 dei uma caminhada pela festa e voltei a dormir acordando novamente umas 0730, ai já fiquei na ativa do dia. Pelo menos hoje as danças são concentradas do mesmo lugar. Quando acabou as danças começaram os preparativos para a troca de comida entre as vilas. Cada vila divide sua comida com as outras vilas. Estava preparado para tirar umas fotos do Cristopher que ele me pediu, porém durante os preparativos, um dos chefe da tribo sugeriu que eu tb participasse da divisão da comida. Lá fui eu!! Depois fomos descansar para aguardar o carregamento de porco e kava.
Também fui para tirar foto, mas o mesmo chefe falou que era para eu acompanhar ele , fomos até uma das tendas da turma,ele pediu que uma moça pintasse minha cara e colocasse alguns adereços  e lá fui eu!!!






A única pena de tudo é que não vi carne de porco pra comer, apesar da turma matar 82 porcos pra festa, não rolou um mega churrasco após. Voltamos para a casa do Cristopher chegamos lá já escurecendo. Armei a barraca tomei um banho de balde, comi e dormi. Estava exausto!!!
Na sexta fui até a cidade principal para comprar a passagem de avião para a volta, aproveitei para conhecer melhor a cidade, mas para uma vila, em 15 min andei a cidade toda. Fiquei trocando idéia com um japonês que ta fazendo trabalho voluntario. Comprei a passagem para sábado de manhã. Voltei para a vila do Cris. Quando cheguei lá, a turma tava jogando bola, entrei, bati uma bola, mas logo acabou, kava time. Só que eu e Cris não fomos para a kava, fomos ver o vulcão. Nem da pra falar, curtam as imagens abaixo!!!














sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sexta pela manhã, caminha na casa do brother!!

Fotos de uma caminhada que fiz no morro atras do estaleiro que estou. As terras pertencem a um camarada que conheci esses dias.













  Este é o teto da caverna!!

Vista de cima da caverna!!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vida em Vanuatu!! Dura!!



Já faz mais de semana que não tem terremoto, pelo menos não que tenha sentido ou ouvido falar!!
Os trabalhos no St.Michel estão quase acabando. Mas semana que vem estou de folga, vou para Tanna uma das ilhas do arquipélago de Vanuatu, a grande atração da ilha é um vulcão ativo, onde vc pode escalar uma parte do vulcão para assistir e escutar as explosões de lava!!!! Dizem que é fenomenal!!! Porém além do vulcão, essa semana vai ter uma festa chamada toka dance, uma festa local que acontece a cada 3 anos e só é decidida o local, dentro da ilha de Tanna,  e a data da comemoração  uma semana antes da festa, sabia que estava pra acontecer, mas ainda não sabia a data, decidir ir nessa semana na terca, na quarta descobri que a festa ia começar. Parece que são 3 dias de festa, mas ninguém sabe ou fala muito sobre, mesmo perguntando pro pessoal que veio da ilha, é difícil conseguir informação precisa. Mas ta valendo, to vendo as opções de barco para ir para a ilha, tem um barco de passageiro que vai, mas não tem dia certo e tem os barcos cargueiros que vão duas vezes por semana, sem data definida, mas o outro pode ficar até mais de duas semanas sem ir. Avião tem todo dia, mas e o dobro do preço, além de ter que pegar uma condução, pois o aeroporto é bem longe.
E fim Tanna vai ser a próxima publicação!!!
Agora vou falar das duas semanas passadas, apesar de uns problemas com relação a preços passados pelo boatyard, que acabaram quase dobrando do valor inicial que me gerou um pouco de dor de cabeça, foi muito boa!!
Começa numa quarta feira que trabalhei pela manha no barco e no pouco antes do almoço fui para a cidade, levar uma roupa na lavandeira e fazer umas outras coisas que precisava na cidade. Porém no caminho, passei no Nambauan café que fica a beira mar, num cais perto do ancoradouro, local muito agradável, lá encontrei um amigo espanhol que mora aqui, trabalha numa empresa de telecomunicação. Ele estava com duas amigas, uma polonesa e uma espanhola, estavam indo fazer a volta na ilha de carro e me convidaram para ir, pois tinha um lugar sobrando e eu não precisava pagar nada. Não resisti, deixei tudo que tinha pra fazer e fui dar o role com a galera, fomos novamente no blue lagoon, tenho fotos novas do lugar, publico no blog depois, pois estão muito boa mas na câmera do brother eu não estava com a minha, sai de casa com uma mochila de roupa suja não levei câmera. Em fim correria de ultima hora, fui ao banco e tinha que comer algo, pois eles tinham acabado de tomar café 1130 da manha e eu tinha comido as 0600 pela ultima vez. Tranquei a bike que peguei emprestado, corri no banco e na padaria, resolvi o que tinha pra resolver e fomos. Primeira parada blue lagoon, lugar maravilhoso, mas dessa vez estava mais abusado nos saltos da corda, teve um que acabei pranchando de costa na água de uns 2,5 mts de altura!!! Acabou a brincadeira na mesma hora!! 




Ficamos mais um tempo por lá e depois fomos atrás de um mini museu com artefatos da segunda guerra, pois aqui foi base para os americanos. O mais interessante é um avião que caiu entre uns recifes, ai vamos num barco pequeno de alumínio as vezes remando as vezes empurrando, começamos no mangue e acabamos nos recifes, local maravilhoso, com vista para umas ilhas. 






Chegamos no avião que está bem raso entre um a dois metros de profundidade, ficamos um tempo lá ai começamos a voltar agora sem remar nem empurrar só com o vento íamos devagarzinho até a entrada do mangue ai, o resto foi no remo, mas o caminho é curto. 



Nosso próximo destino era achar uma praia no Havana Harbor, uma baia maravilhosa porem com uma praia pequena que só tem acesso por um hotel maravilhoso, só tem 6 bangalôs e um restaurante a beira mar, não tinha ninguém na praia, ficamos por lá mergulhando livre, tinha um pequeno dingue com vela, perguntei para o rapaz que tava tomando conta se eu podia dar um role, ele falou que eu poderia, então lá fui eu dar um role de dingue, o vento tava bom então até deu pra tirar uma onda com a mini banheira. 



De lá fomos para uma praia em uma vila assistir o por do sol, chegamos um pouco tarde mas valeu. 



Voltamos para a cidade tomamos umas kavas, foi a primeira vez que senti o efeito da kava, é bom, mas o gosto é muito ruim. Comemos uma pizza e fui dormir, dia comprido e muito bom!!!
Na quinta feira, havia combinado de fazer um churras pra turma e conhecer um brasileiro que ta morando aqui há duas semanas. Dessa vez não consegui comprar só a picanha, apesar de ter ido em 3 açougues, tive que comprar o runsteak todo, mas ta valendo churras metade de picanha metade de contra filé, foi muito bacana, fomos na casa do Franco um iraniano que mora aqui. Lugar maravilhoso a vista do por do sol com uma arvore gigante, maravilhosa. Não tinha muita gente, mas foi muito divertido e comi até o tampo!!!
No sábado de manha, fui mostrar para o Luis o blue lagoon, ele me pegou umas 0900 e fomos, meio na correria por conta do vôo dele, pois ele tava indo para a Austrália buscar moveis e tudo mais. Demos uma nadada rápida e fomos para a eton beach, bacana pois tem um rio de água doce ao lado da praia então da pra tomar banho de água doce depois do mergulho no mar, nos secamos e voltamos para a cidade. A tarde um brother passou aqui ficamos trocando idéia e acabamos indo com outro camarada para um resort, ele ia almoçar com a namorada e curtir a piscina, aqui é normal os estrangeiros irem nos resort tirar uma onda, vale a pena, pois os preços da comida não é diferente restaurantes da cidade. A noite fui encontrar o Alex do bubles, um americano que conheci no panamá ai encontramos em galapagos, tahiti e aqui. Fomos na baladinha local, foi divertido.
No domingo fui as 0830 da manha para o encontro pré regata, esperei por meia hora para então começar a ligar para o povo e descobrir que a regata tinha sido cancelada. Como já estava na cidade comecei a correr atrás da galera para fazer alguma coisa. Acabei trombando a mesma turma que fui dar a volta a ilha, a polonesa tava indo direto para o aeroporto e a espanhola ia as 1400, deixamos a primeira no aeroporto e seguimos para a ilha hideaway, famosa por ter uma caixa de correio sub aquática. Demos uma mergulhada e depois deitei na sombra e cochilei gostoso por mais de uma hora.






 Fomos levar a espanhola no aeroporto e na volta encontramos um casal de franceses que mora no barco e são amigos do Esteve, meu amigo espanhol, fomo para o barco e voltamos velejando até Port Vila, um contra vento fraco, mas divertido.
Na terça fizemos a despedida do Alex na casa do Franco novamente, festa muito boa, dessa vez dois caras locais que trabalham com o Franco me ajudaram bastante no churrasco, só não deixei na Mao deles a picanha, do resto a turma mandou super bem.
Na quinta a noite encontrei a turma numa Nakamala, local onde os locais se encontram para tomar kava, acabei organizando um mergulho em devils point, local maravilhoso onde um casa de amigos esta passando uns dias na casa de um outro que foi passar um mês no Canadá e na casa tem equipos de mergulho. Na sexta chegamos tarde e só fizemos um pouco de mergulho livre, jantamos e dormimos. No sábado acordei cedo, dei mais uma mergulhada livre e depois fomos para um mergulho autônomo, não muito fundo, ficamos entre os 18 20 metros, irado. Na volta, começamos a organizar o churrasco para a despedida do Brian, passamos a tarde comendo e voltei com o franco para a cidade que me deu uma carona até o boatyard.











                                                                          Até!!!